sexta-feira, 30 de maio de 2014

A matemática das pulseiras de elástico





Nos últimos meses todos nós, pais, educadores e professores fomos inundados com uma nova moda, as pulseiras de elásticos.
Para além das questões artísticas que envolvem a realização de tais obras de bijutaria existem questões de motricidade, de concentração, de aprendizagem, de resiliência e sim... de matemática!


O início da moda


O Rainbow Loom surge nos estados unidos pela mão de Cheong Choon Ng, engenheiro de testes da Nissan que quando viu suas filhas a brincar com pulseiras de elásticos quis entrar na brincadeira, mas tinha os dedos muito grossos.


Na sua garagem (como todo o bom inventor, tinha de ter uma garagem) criou aquilo a que se chama a "máquina",  no original o Loom, ou o tear, que não é mais do que um geoplano com algumas alterações.




Tentou publicitar a sua invenção como uma máquina de produzir anéis de Brunn, estes anéis estão inseridos na Teoria dos Nós, uma sub-área da Topologia e que têm a propriedade de, quando estão os três formam um nós estável, mas basta que um se solte para desmoronar toda a construção (como que já tentou fazer pulseiras e à um elástico que se parte, lá se volta a fazer tudo de novo…).


O boom deu-se quando, a primeira tentativa de comercializar o produto falhou, pois as pessoas achavam muito complicado. Este primeiro falhanço fez com que o autor criasse vários vídeos de demonstração que disponibilizou no youtube e deu-se a explosão…


Em termos educativos


O trabalho realizado pelos(as) miúdos(as) - sim, porque este não é um brinquedo exclusivo de raparigas… - promove alguns itens muito caros à educação.


Logo de início temos a concentração, quando nós pais ou educadores não pensámos em arranjar um brinquedo em que as nossas crianças estivessem concentradas? Pois aí está!


A resiliência, as crianças não desistem à primeira contrariedade, e neste caso não desistem mesmo… apesar de nos vídeos os elásticos serem de silicone (não se quebram com tanta facilidade) e aqui na nossa terrinha o que vende mais é em látex, mais frágil e menos elástico, mas nem isso as demove…


E depois temos os tópicos mais comuns da matemática…


A classificação, os vários tipos de elásticos, cores, elasticidade, etc…


A seriação, quantos elásticos, os vários tipos de “nós”, maiores ou mais pequenos, os padrões de contagem, quantos elásticos? Em que sequência? Qual o padrão?


O perímetro, quando queremos contar os elásticos que são necessários para uma pulseira, uma pulseira simples no pulso de uma criança leva, mais ou menos, 20 elásticos, mas se for dupla já leva 40 (ora bolas! isto será o dobro? Mas o dobro é multiplicar por 2, as contas também entram aqui? Claro!


Inteligências múltiplas

Howard Gardner defende que não temos um tipo de inteligência, mas sim sete (posteriormente foram alargadas para nove, mas a última ainda é motivo de discussão), e dessas sete inteligências conseguimos encontrar um bocadinho de cada uma nas actividades com as pulseiras de elásticos:


  • Lógico-matemática, promove a capacidade de avaliar objectos e abstracções, relações, raciocínio dedutivo e resolução de problemas (mais para a frente, volto a este tema);
  • Linguística, promove o domínio das palavras, e dos idiomas, neste caso a maioria dos vídeos são em inglês, e nós (os crescidos) temos mais dificuldade do que eles em perceber o que está a ser exemplificado (mesmo que eles à partida não falem nada de outra língua);  
  • Musical, promove a capacidade de compor e executar padrões musicais (neste caso, são mais padrões lógico-matemáticos);
  • Espacial, promove a capacidade de compreender o mundo visual, desenvolve a percepção e experiências visuais, como a escolha das cores e os padrões daí resultantes;
  • Corporal-cinestésica, promove a capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo, neste caso a motricidade fina e todas as ligações cerebrais e físicas envolvidas;
  • Intrapessoal, promove a capacidade de relação consigo próprio, a auto-estima e a capacidade de realização;
  • Interpressoal, promove a capacidade de relação com o outros, mais que não seja a explicar ao colega como se faz determinado objecto;


É óbvio que nem todos desenvolvem estas inteligências em simultâneo, mas em várias actividades com pulseiras de elásticos, sobressaem algumas que podem estar menos desenvolvidas.


Matemática, pois claro…


A topologia é uma área da matemática que estuda as relações de objectos reais recorrendo a modelos matemáticos, que de alguma forma simplificam a realidade mantendo todas as suas propriedades. Exemplos disso é o célebre desafio das sete pontes de Köningsberg realizado por Euler (para chegar à conclusão que era impossível).


E na escola?


Bem, na escola falamos noutro post...em breve!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O mito do "sou mau a matemática"

"Eu sou mau a matemática."

Oiço isto várias vezes ao dia. E começo a ficar farto. A ideia de que existem pessoas boas a matemáticas é uma das ideias mais destrutivas que existe na nossa sociedade. A verdade é que, você provavelmente é uma pessoa boa a matemática, e ao pensar o contrário, está provavelmente a demolir uma promissora carreira (basta ver o exemplo de qualquer português a gerir orçamentos familiares no meio desta conjuntura). Pior, está a ajudar a perpetuar o mito pernicioso que afeta uma grande parte das crianças - o mito da capacidade genética para a matemática ser inata.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que é um laboratório de matemática?

Os laboratórios de matemática

O ensino da matemática na escola hoje está dominado pela manualização, com uma preocupação centrada na manipulação de símbolos, factos, teoremas e, frequentemente, desviada do mundo real da crianças.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Matemática e árvores?


Esta apresentação foi realizada no dia 21 de Março de 2013 para comemorar o dia da árvore e integrada na iniciativa Matemática do planeta terra 2013.

Boas vindas

http://goo.gl/pchSPr

O Laboratório de Educação Matemática pretende ser um recurso para o ensino e para a aprendizagem da matemática.